quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Mais Surreal Impossivel.

Alguem Ja Leu Esse texto?
Se nao esta é uma otima oportunidade!!!!
ele esta incompleto aqui, mas vou colocando ele de pouco em pouco, pq é muita coisa!
ai, se tiver alguem afim de ensenar esse texto to dentraço hein!!!!

e adon, se tiver afim de escrever tao brizado quanto isso eu to dentro tambem hein!
AUshuahsuASh!!!

tudo nosso humilde camponez de guadalupe que habita as mais altas montanhas do norte finlandes!
ai se liga, le essa parada!
abraaaaaaaaaços maaaaaan!!!!

Macário.

PRIMEIRO EPISÓDIO
Numa estalagem da estrada
MACÁRIO (falando para fora)
Olá, mulher da venda! Ponham-me na sala uma garrafa de vinho, façam-me a cama e mandem-me ceia: palavra de honra que estou com fome! Dêem alguma ponta de charuto ao burro que está suado como um frade bêbado! Sobretudo não esqueçam o vinho!
UMA VOZ
Há aguardente unicamente, mas boa.
MACÁRIO
Aguardente! Pensas que sou algum jornaleiro?... Andar seis léguas e sentir-se com a goela seca. Ó mulher maldita! aposto que também não tens água?
A MULHER
E pura, senhor! Corre ali embaixo uma fonte que c limpa como o vidro e fria como uma noite de geada. (Saí) .
MACÁRIO
Eis ai o resultado das viagens. Um burro frouxo. uma garrafa vazia. (Tira uma garrafa do bolso). Conhaque! És um belo companheiro de viagem. És silencioso como um vigário em caminho, mas no silêncio que inspiras, como nas noites de luar, ergue-se às vezes um canto misterioso que enleva! Conhaque! Não te ama quem não te entende! não te amam essas bocas feminis acostumadas ao mel enjoado da vida, que não anseiam prazeres desconhecidos, sensações mais fortes! E eis-te aí vazia, minha garrafa! vazia como mulher bela que morreu! Hei de fazer-te uma nênia.
E não ter nem um gole de vinho! Quando não há o amor, há o vinho; quando não há o vinho, há o fumo; e quando não há amor, nem vinho, nem fumo, há o spleen. O spleen encarnado na sua forma mais lúgubre naquela velha taverneira repassada de aguardente que tresanda!
(Entra a mulher com uma bandeja).
A MULHER
Eis aqui a ceia.
MACÁRIO
Ceia! que diabo de comida verde é essa? Será algum feixe de capim? Leva para o burro.
A MULHER
São couves.
MACÁRIO
Leva para o burro.
A MULHER
É fritado em toicinho
MACÁRIO
Leva para o burro com todos os diabos!
(Atira-lhe o prato na cabeça. A mulher sai. Macário come).
UM DESCONHECIDO
(entrando)
Boa-noite, companheiro.
MACÁRIO (comendo)
Boa-noite
O DESCONHECIDO
Tendes um apetite!
MACÁRIO
Entendo-vos. Quereis comer? sentai-vos. Quereis conversar? esperai um pouco.
O DESCONHECIDO
Esperarei. (Senta-se).
MACÁRIO (comendo)
Parece-me que não é a primeira vez que vos encontro. Quando a noite caía, ao subir da garganta da serra
O DESCONHECIDO
Um vulto com um ponche vermelho e preto roçou a bota por vossa perna. . .
MACÁRIO
Tal e qual -- por sinal que era fria como o focinho de um cão.
O DESCONHECIDO
Era eu.
MACÁRIO
Há um lugar em que estende-se um vale cheio de grama. À direita corre uma torrente que corta a estrada pela frente. . Há uma ladeira mal calçada que se perde pelo mato...
O DESCONHECIDO
Aí encontrei-vos outra vez... A propósito, não bebeis ?
MACÁRIO
Pois não sabeis? Essa maldita mulher só tem aguardente; e eu que sou capaz de amar a mulher do povo como a filha da aristocracia, não posso beber o vinho do sertanejo...
O DESCONHECIDO
(Tira uma garrafa do bolso e derrama vinho no copo
de Macário).
Ah!
MACÁRIO
Vinho! (Bebe). À fé que é vinho de Madeira! À vossa saúde, cavalheiro!
O DESCONHECIDO
À vossa. ( Tocam os copos) .
MACÁRIO
Tendes as mãos tão frias!
O DESCONHECIDO
É da chuva. (Sacode o ponche). Vede: estou molhado até os ossos!
MACÁRIO
Agora acabei: conversemos ..
O DESCONHECIDO
Vistes-me duas vezes. Eu vos vi ainda outra vez. Era na serra, no alto da serra. A tarde caía, os vapores azulados do horizonte se escureciam. Um vento frio sacudia as folhas da montanha e vós contempláveis a tarde que caía. Além, nesse horizonte, o mar como uma linha azul orlada de escuma e de areia -- e no vale, como bando de gaivotas brancas sentadas num paul, a cidade que algumas horas antes tínheis deixado. Daí vossos olhares se recolhiam aos arvoredos que vos rodeavam, ao precipício cheio das flores azuladas e vermelhas das trepadeiras, às torrentes que mugiam no fundo do abismo, e defronte víeis aquela cachoeira imensa que espedaça suas águas amareladas, numa chuva de escuma, nos rochedos negros do seu leito. E olháveis tudo isso com um ar perfeitamente romântico. Sois poeta?
MACÁRIO
Enganai-vos. Minha mula estava cansada. Sentei-me ali para descansá-la. Esperei que o fresco da neblina a reforçasse. Nesse tempo divertia-me em atirar pedras no despenhadeiro e contar os saltos que davam.

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